Caio Cesar Solano aplicava golpes em idosos com falsas promessas de cestas básicas, desviava benefícios do INSS e lavava o dinheiro investindo na B3.
Caio Cesar Solano se apresentava nas redes sociais como um “trader espetacular da B3”, mas por trás da imagem de investidor de sucesso, havia uma rede de golpes contra aposentados.
Segundo investigação da 26ª DP (Todos os Santos), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Caio utilizava dinheiro obtido ilegalmente para operar na bolsa de valores. A fraude começava com uma ligação a aposentados, feita por uma pessoa que se passava por representante de uma ONG, oferecendo cestas básicas.
Dias depois, um casal aparecia na residência da vítima para entregar a suposta cesta, aproveitando o momento para tirar fotos e coletar dados pessoais dos idosos, como número de documentos e data de nascimento.
De posse dessas informações, a quadrilha abria contas bancárias em nome dos aposentados e realizava empréstimos consignados vinculados ao INSS. O dinheiro era então repassado a um intermediário, que o transferia para a conta de Caio Solano.
Com os recursos em mãos, Caio investia na bolsa de valores através de corretoras. Em 2024, a polícia já identificou 12 casos semelhantes, todos ligados ao chamado “golpe da cesta básica”.
A quebra de sigilo bancário revelou que 60,4% do dinheiro na conta de Caio vinha de outros membros da quadrilha e 36,4% era originado diretamente dos empréstimos em nome dos idosos. O saldo da conta chegou a R$ 307,7 mil. Um dos comparsas chegou a transferir R$ 90,6 mil ao falso trader.
Enquanto os idosos amargavam perdas de até 30% na aposentadoria, Caio ostentava uma vida de luxo com passeios de lancha e helicóptero, além de abrir franquias de uma loja de colchões em Irajá e uma de empadas em Bangu.
Apesar de não ter comparecido a convocações da delegacia, Caio responde às acusações em liberdade. Após a deflagração da operação, bloqueou seus perfis nas redes sociais.
A polícia classifica os investimentos feitos com dinheiro de fraude como crime de lavagem de dinheiro. As investigações continuam para identificar e prender todos os envolvidos no esquema.
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